segunda-feira, outubro 27, 2008

Um bafafá aí...

Há algum tempo, cheguei na faculdade e vi vários grupos discutindo o mesmo assunto. O polêmico post do Blog do Altino sobre o jornalimo aqui no Acre. As articulações eram tantas, que fizeram até antigos inimigos declarados estabelecerem trégua e juntar forças contra o inimigo comum. Era tanta comoção que pensei ter sido levado pra uma época medieval, onde o Altino era uma bruxa, e meus colegas de curso os camponeses preparando a fogueira para exorcizar o mal. Assim como os cientistas de Timeline do autor Michael Crichton, só que sem meu colar pra voltar à minha realidade.

Depois de ouvir e ver tudo que acontecia por causa do comentário de uma só pessoa. Mandei um e-mail pra minha turminha falando a minha opnião. Não falei na hora, pois temi por minha vida, tamanha a exaltação dos ânimos. Então segue uma cópia do meu e-mail. Assunto velho, eu sei. Mas como diria um amigo meu, a bola é minha e eu quero brincar disso agora!

Caros amigos x)

Como ontem a Polly e a Manu quase caem aos tapas na discussão, venho aqui deixar a minha contribuição depois de ler o tal escatológico post.
Tentei mostrar minha solidariedade as duas, já que uma recrutava aliados para queimar o Altino Machado na fogueira dos infiéis, enquanto a outra, procurava por mercenários afim de demolir a UFAC com tudo dentro, porém, são minhas amigas e não possuem nenhum defeito sequer. Mas confesso, que ainda, não havia lido o texto em pauta.
Depois de lê-lo, sinto em dizer que nada do que ele falou chega a ser uma mentira. O post comentado por ele, poderia ter sido escrito por um dos amiguinhos do meu primo de 8 anos, e para um aluno do 7º período, são erros inadmissíveis. A coisa ficou ainda mais feia, quando alunos do nosso curso foram para o confronto como bravos paladinos defendendo seu reino. Mas incorreram, uns em erros similares, outros em desastres gramaticais ainda maiores. Isso sem falar nos franco atiradores, que por trás da alcunha anônima, não tiveram piedade, nem da língua, nem do curso que defendiam.
Concordo que a generalização feita não foi correta, assim como ocorre em todos os casos de generalizações, e que isso pode ter ofendido pessoas sensíveis e que estão alí pra fazer alguma diferença. Mas a enxurrada de comentários, igualmente recheados de erros primários que fariam qualquer pessoa bem alfabetizada ter ataques epiléticos, só confirmaram a crítica dele, e deram à informação a credibilidade que todos tentaram desmentir.
Não sou, nem nunca fui de passar a mão na cabeça de ninguém. Muito menos, em amenizar situações como essas usando clichês como "errar é humano" ou "todo mundo erra" e outros artifícios que foram medíocremente usados nos comentários, reafimando mais uma vez, a incapacidade dos que estão sendo formados e lá mostraram sua ira e revolta.
No final das contas, caros colegas. A única coisa que vai separar os bons dos ruins é o esforço pessoal que fazemos em melhorar a cada dia. Concordo que errar é humano, e que ninguém nasce sabendo. Mas, sou enfático em dizer, que morrer ignorando é a maior de todas as burrices, assim como, erguer estandartes de guerra quando alguém o critica, seja lá de que forma for. Nessa grande disputa de egos inflamados, ambos os lados estão em pé de igualdade.

Bryce.

Sei que faltou muita coisa a dizer, muitos pontos de vista e tudo mais. Mas acho que falei o suficiente para uma pessoa que não se sentiu atingido por isso em momento algum.

domingo, outubro 19, 2008

E-mail

Assunto: Maldição sobre jornalistas

Contam os alfarrábios que quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre a informação, determinou que aquele 'privilégio' iria ficar restrito a um grupo muito pequeno de pessoas. Mas neste pequeno grupo, onde todos se acham 'semideuses', já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Aí aconteceu o pior! Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns dos mandamentos do jornalista:
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1º) Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
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2º) Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
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3º) Estarás condenado ao eterno cansaço físico e mental.
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4º) Terás gastrite, se tiveres sorte. Se fores como a maioria, terás úlcera, pressão alta, princípios de enfarte, estresse e depressão. E, perto de se aposentar, terás câncer.
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5º) A pressa será tua sombra e tuas refeições principais serão o lanche da padaria da esquina, a pizza do pescoção ou uma coxinha comprada no buteco mais próximo do local onde realizarás as reportagens.
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6º) Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo; se te sobrarem cabelos.
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7º) Tua sanidade mental será posta em xeque antes de completares cinco anos de trabalho.
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8º) Ganharás muito pouco, não terás promoção, não terás perspectiva de melhoria e não receberás elogios de seus superiores e leitores. Porém, as cobranças serão duras, cruéis e implacáveis.
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9º) Trabalho será teu assunto preferido; talvez o único.
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10º) A máquina de café será tua melhor colega de trabalho; a cafeína, porém, não fará mais efeito.
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11º) Os butecos que ficam abertos de madrugada serão tua única diversão e somente neles poderás encontrar malucos iguais a ti.
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12º) Terás pesadelos freqüentes com horários de fechamento, palavras escritas erradas, reclamações de leitores, matérias intermináveis, processos, gritos ao telefone... E, não raro, isso acontecerá durante o período de férias.
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13º) Tuas olheiras e mau humor serão teus troféus de guerra.
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14º) Por mais que sejas um profissional ético, serás visto na rua como um canalha.
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15º) E, apesar de tudo isso, haverá uma legião de “focas” querendo ocupar o seu lugar


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Mas para que tudo isso aconteça, você ainda tem que estudar durante quatro anos, aturando toda uma gama de limitações estruturais, submeter-se a professores egocêntricos e bipolarmente transtornados, contar com a sorte para que seu diploma seja reconhecido pelo MEC, e ainda, rezar, para que a lei que estabelece a NÃO-necessidade de curso superior para o exercício do jornalismo não seja aprovada. O salário? Prefiro não comentar.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Resumo...

Depois de um longo e tenebroso inverno as coisas estão começando a voltar ao normal (se é que eu posso chamar minha vida de normal). Então, enquanto não escrevo um post de verdade vou deixá-los a par do que tem acontecido, de forma bem resumida.

A revelação

Todos que me conhecem, e também que não conhecem, mas leram e assistiram o último post, sabem, ou no mínimo presumem que eu esteja em tratamento médico, ao menos, é claro, que alguém cutucando seu estômago com uma sonda seja a sua idéia de diversão.

Devido a isso, tenho ido muito frequentemente à Fundação Hospitalar, algo que enche o dia de qualquer pessoa de prazer e alegria. Quem aqui já precisou usar o nosso sistema público de saúde, sabe que para agüentar as intermináveis horas de espera regadas ao choro uníssono de aproximadamente 125463,7 crianças ao seu redor, o sujeito tem que ser criativo. Comecei tentando ser otimista e tendo pensamentos positivos, afinal, não existe nada mais gostoso que estar rodeado de pessoas doentes em um clima agradável de uns 43º C, na sombra, é claro. Depois disso, peguei meu prontuário e comecei a ler. Foi aí que veio o verdadeiro susto. Nesse momento esqueci das quase 2 horas de espera, as 125463,7 crianças pareciam ter desaparecido, nesse momento eu descobri que:

Isso mesmo, depois de 25 anos, eu descubro, que na verdade, sou uma fêmea. Individuo de cromossomos XY. E, ainda mais, peluda e lésbica. Vocês têm noção do que uma informação dessas, descoberta dessa maneira pode fazer com a vida de uma pessoa? Eu entrei em parafuso com essa crise de identidade, mas decidi continuar vivendo como se nada tivesse acontecido, afinal, o que pensariam de mim. Mas eu precisava contar isso pra vocês. Tenho andado muito sensível, talvez seja o “período”. x)

A perda

E o maior motivo da minha ausência por aqui, é que há poucas semanas perdi alguém muito querida pra mim. Ainda não me recuperei totalmente, mas a vida precisa continuar.

Agradeço a todos que estiveram ao meu lado nesse momento. Até mesmo pessoas que eu jamais pensei que estariam. Muito obrigado mesmo. Descobri alguns amigos de verdade e tive a confirmação de outros. Mas acima de tudo, tenho aprendido o significado da palavra NUNCA. Palavrinha sem vergonha que falamos, talvez, dezenas de vezes ao dia. Mas, sentir o NUNCA... é inexplicável.

TE AMO MÃE!