quinta-feira, novembro 06, 2008

Que porra é meme?

Fui convidado pra um tal de meme, pela minha amiga Keth. O problema, é que eu não sei o que diabos isso significa. Por isso, resolvi pesquisar antes, afinal, pode ser qualquer coisa. Desde de uma simples brincadeira internética, até um ritual de exaltação ao demônio Calypso Belzebu que é de uva.
Então, fui mais uma vez ao Oráculo mais poderoso do Planeta, o grande olho que tudo sabe e tudo vê... Google. Chegando lá, aos pés do grande sábio, fiz minha indagação. Quis porra é meme? E como já é mais do que clichê entre os sábios, oráculos, videntes e mulheres na TPM, ele me confundiu e me apresentou à:

Isso me deu vontade de arrancar os próprios olhos em protesto contra tamanha sacanagem. Mas mesmo assim, continuei a minha busca por um significado justificável. Depois de horas de procura, 345739 sites de reputação dúvidosa, 78542 receitas de algo que se chama meme e lembra um cachorro atropelado, e de descobrir que meme também é uma técnica xiita de tortura usando os filmes do Glauber Rocha, encontrei algumas respostas esclarecedoras.

Aparentemente, é algo sério e tornou alguém famoso por causa disso. O nome do cara é Richard Dawkins, um cientista que cunhou o termo "meme" nas páginas do seu livro, O Gene Egoísta, de 1976. Segundo ele, meme é considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro. No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Entendeu?

A parada é mais ou menos assim. A cada geração que nasce, não precisa recomeçar do zero redescobrir o fogo, reaprender a confeccionar ferramentas, e assim pro diante. Esses conhecimentos são passados de geração pra geração, através da linguagem, seja verbal ou não. Assim como, a nossa evolução enquanto espécie e todas as teorias darwinianas que aprendemos no colégio. Toda essa continuidade é o tal do meme. E ainda, existem estudos sobre esses modelos de transfêrencia de conhecimento e aprendizado. Esses estudos são classificados por memética.

Ou seja, o meme pode ser qualquer coisa. No caso da internet funciona assim, um fulaninho inventa uma coisa do tipo, "Cite 5 torturas que você faria com o professor babaquinha", e convida os amiguinhos pra fazer o mesmo, que por sua vez convidarão outros, e outros, um negócio parecido com o estilo de venda da herbalife.

O que um cientista levou anos teorizando, a internet transformou em um super-mega-power-vírus de tão alto contágio, que chegou até em mim.

Mas, seguindo o roteiro do meme que fui convidado, vou tentar fazer alguma coisa. E que fique claro, que só tô fazendo isso por que foi ela que pediu, convidou, intimou. E se fosse qualquer outra pessoa, mandaria-a fazer uma introspecção no sentido mais bíblico-biológico possível.

O meme da Keth, tem certas regras:

- Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir embora daqui
- Passar o meme para 8 pessoas
- Comentar no blog de quem lhe passou o meme
- Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da "intimação"
- Mencionar as regras.

As minhas regras:

- Vou escrever 8 coisas que quero/desejo que aconteçam, mesmo que eu já tenha morrido quando acontecer
- Não vou passar essa parada pra ninguém, e não tô nem aí se ninguém vai me ligar hoje a noite, se vou ter má sorte até ficar gagá ou se minhas tripas vão se desfazer em merda (essas coisas sempre vêm acompanhadas de uma maldição, caso você não passe adiante).
- Já comentei no seu Blog
- Já que não vou passar pra ninguém, poupei-me de algum trabalho
- Entenderam?

Meme nº1: Eu quero que pessoas que agem diferentemente de seus discursos sejam acometidas de hemorróidas carnívoras sanguinolentas from hell.

Meme nº2: Quero ficar rico.

Meme nº3: Quero um fornecimento vitalício de nutella.

Meme nº4: Quero um Burguer King dentro de casa.

Meme nº5: Quero ter o poder do Hiro.

Meme nº6: Quero conhecer o Steven Spielberg.

Meme nº7: Quero uma bola quadrada.

Meme nº8: Quero viajar para Neverland.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Um bafafá aí...

Há algum tempo, cheguei na faculdade e vi vários grupos discutindo o mesmo assunto. O polêmico post do Blog do Altino sobre o jornalimo aqui no Acre. As articulações eram tantas, que fizeram até antigos inimigos declarados estabelecerem trégua e juntar forças contra o inimigo comum. Era tanta comoção que pensei ter sido levado pra uma época medieval, onde o Altino era uma bruxa, e meus colegas de curso os camponeses preparando a fogueira para exorcizar o mal. Assim como os cientistas de Timeline do autor Michael Crichton, só que sem meu colar pra voltar à minha realidade.

Depois de ouvir e ver tudo que acontecia por causa do comentário de uma só pessoa. Mandei um e-mail pra minha turminha falando a minha opnião. Não falei na hora, pois temi por minha vida, tamanha a exaltação dos ânimos. Então segue uma cópia do meu e-mail. Assunto velho, eu sei. Mas como diria um amigo meu, a bola é minha e eu quero brincar disso agora!

Caros amigos x)

Como ontem a Polly e a Manu quase caem aos tapas na discussão, venho aqui deixar a minha contribuição depois de ler o tal escatológico post.
Tentei mostrar minha solidariedade as duas, já que uma recrutava aliados para queimar o Altino Machado na fogueira dos infiéis, enquanto a outra, procurava por mercenários afim de demolir a UFAC com tudo dentro, porém, são minhas amigas e não possuem nenhum defeito sequer. Mas confesso, que ainda, não havia lido o texto em pauta.
Depois de lê-lo, sinto em dizer que nada do que ele falou chega a ser uma mentira. O post comentado por ele, poderia ter sido escrito por um dos amiguinhos do meu primo de 8 anos, e para um aluno do 7º período, são erros inadmissíveis. A coisa ficou ainda mais feia, quando alunos do nosso curso foram para o confronto como bravos paladinos defendendo seu reino. Mas incorreram, uns em erros similares, outros em desastres gramaticais ainda maiores. Isso sem falar nos franco atiradores, que por trás da alcunha anônima, não tiveram piedade, nem da língua, nem do curso que defendiam.
Concordo que a generalização feita não foi correta, assim como ocorre em todos os casos de generalizações, e que isso pode ter ofendido pessoas sensíveis e que estão alí pra fazer alguma diferença. Mas a enxurrada de comentários, igualmente recheados de erros primários que fariam qualquer pessoa bem alfabetizada ter ataques epiléticos, só confirmaram a crítica dele, e deram à informação a credibilidade que todos tentaram desmentir.
Não sou, nem nunca fui de passar a mão na cabeça de ninguém. Muito menos, em amenizar situações como essas usando clichês como "errar é humano" ou "todo mundo erra" e outros artifícios que foram medíocremente usados nos comentários, reafimando mais uma vez, a incapacidade dos que estão sendo formados e lá mostraram sua ira e revolta.
No final das contas, caros colegas. A única coisa que vai separar os bons dos ruins é o esforço pessoal que fazemos em melhorar a cada dia. Concordo que errar é humano, e que ninguém nasce sabendo. Mas, sou enfático em dizer, que morrer ignorando é a maior de todas as burrices, assim como, erguer estandartes de guerra quando alguém o critica, seja lá de que forma for. Nessa grande disputa de egos inflamados, ambos os lados estão em pé de igualdade.

Bryce.

Sei que faltou muita coisa a dizer, muitos pontos de vista e tudo mais. Mas acho que falei o suficiente para uma pessoa que não se sentiu atingido por isso em momento algum.

domingo, outubro 19, 2008

E-mail

Assunto: Maldição sobre jornalistas

Contam os alfarrábios que quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre a informação, determinou que aquele 'privilégio' iria ficar restrito a um grupo muito pequeno de pessoas. Mas neste pequeno grupo, onde todos se acham 'semideuses', já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Aí aconteceu o pior! Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns dos mandamentos do jornalista:
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1º) Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
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2º) Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
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3º) Estarás condenado ao eterno cansaço físico e mental.
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4º) Terás gastrite, se tiveres sorte. Se fores como a maioria, terás úlcera, pressão alta, princípios de enfarte, estresse e depressão. E, perto de se aposentar, terás câncer.
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5º) A pressa será tua sombra e tuas refeições principais serão o lanche da padaria da esquina, a pizza do pescoção ou uma coxinha comprada no buteco mais próximo do local onde realizarás as reportagens.
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6º) Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo; se te sobrarem cabelos.
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7º) Tua sanidade mental será posta em xeque antes de completares cinco anos de trabalho.
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8º) Ganharás muito pouco, não terás promoção, não terás perspectiva de melhoria e não receberás elogios de seus superiores e leitores. Porém, as cobranças serão duras, cruéis e implacáveis.
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9º) Trabalho será teu assunto preferido; talvez o único.
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10º) A máquina de café será tua melhor colega de trabalho; a cafeína, porém, não fará mais efeito.
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11º) Os butecos que ficam abertos de madrugada serão tua única diversão e somente neles poderás encontrar malucos iguais a ti.
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12º) Terás pesadelos freqüentes com horários de fechamento, palavras escritas erradas, reclamações de leitores, matérias intermináveis, processos, gritos ao telefone... E, não raro, isso acontecerá durante o período de férias.
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13º) Tuas olheiras e mau humor serão teus troféus de guerra.
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14º) Por mais que sejas um profissional ético, serás visto na rua como um canalha.
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15º) E, apesar de tudo isso, haverá uma legião de “focas” querendo ocupar o seu lugar


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Mas para que tudo isso aconteça, você ainda tem que estudar durante quatro anos, aturando toda uma gama de limitações estruturais, submeter-se a professores egocêntricos e bipolarmente transtornados, contar com a sorte para que seu diploma seja reconhecido pelo MEC, e ainda, rezar, para que a lei que estabelece a NÃO-necessidade de curso superior para o exercício do jornalismo não seja aprovada. O salário? Prefiro não comentar.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Resumo...

Depois de um longo e tenebroso inverno as coisas estão começando a voltar ao normal (se é que eu posso chamar minha vida de normal). Então, enquanto não escrevo um post de verdade vou deixá-los a par do que tem acontecido, de forma bem resumida.

A revelação

Todos que me conhecem, e também que não conhecem, mas leram e assistiram o último post, sabem, ou no mínimo presumem que eu esteja em tratamento médico, ao menos, é claro, que alguém cutucando seu estômago com uma sonda seja a sua idéia de diversão.

Devido a isso, tenho ido muito frequentemente à Fundação Hospitalar, algo que enche o dia de qualquer pessoa de prazer e alegria. Quem aqui já precisou usar o nosso sistema público de saúde, sabe que para agüentar as intermináveis horas de espera regadas ao choro uníssono de aproximadamente 125463,7 crianças ao seu redor, o sujeito tem que ser criativo. Comecei tentando ser otimista e tendo pensamentos positivos, afinal, não existe nada mais gostoso que estar rodeado de pessoas doentes em um clima agradável de uns 43º C, na sombra, é claro. Depois disso, peguei meu prontuário e comecei a ler. Foi aí que veio o verdadeiro susto. Nesse momento esqueci das quase 2 horas de espera, as 125463,7 crianças pareciam ter desaparecido, nesse momento eu descobri que:

Isso mesmo, depois de 25 anos, eu descubro, que na verdade, sou uma fêmea. Individuo de cromossomos XY. E, ainda mais, peluda e lésbica. Vocês têm noção do que uma informação dessas, descoberta dessa maneira pode fazer com a vida de uma pessoa? Eu entrei em parafuso com essa crise de identidade, mas decidi continuar vivendo como se nada tivesse acontecido, afinal, o que pensariam de mim. Mas eu precisava contar isso pra vocês. Tenho andado muito sensível, talvez seja o “período”. x)

A perda

E o maior motivo da minha ausência por aqui, é que há poucas semanas perdi alguém muito querida pra mim. Ainda não me recuperei totalmente, mas a vida precisa continuar.

Agradeço a todos que estiveram ao meu lado nesse momento. Até mesmo pessoas que eu jamais pensei que estariam. Muito obrigado mesmo. Descobri alguns amigos de verdade e tive a confirmação de outros. Mas acima de tudo, tenho aprendido o significado da palavra NUNCA. Palavrinha sem vergonha que falamos, talvez, dezenas de vezes ao dia. Mas, sentir o NUNCA... é inexplicável.

TE AMO MÃE!

terça-feira, agosto 26, 2008

Eu, depois da endoscopia...

A vida nos prega peças. Quando pensamos que estamos bem, só precisamos ir ao médico para uma checagem de rotina que eles logo nos mandam para um sádico, que o único objetivo é revirar seu estômago, esôfago e duodeno com uma mangueira (parece uma mangueira). E se isso não fosse o bastante, ele ainda o faz nos drogando. Nos deixando ainda mais frágeis e receosos com o que aconteceu naquela sala estranha.

Mas o que aconteceu depois dessa expêriencia horripilante todos vocês podem ver. Graças à sagacidade jornalística, ou ao puro prazer de me zuar da minha namorada, vocês terão acesso à imagens minhas sob o efeito de drogas (lícitas para médicos) após a endoscopia.



Eu não me lembro de absolutamente nada, é sério.

quarta-feira, agosto 13, 2008

A Prí e eu

Putz, quinze dias desde o último post.Eu sabia que seria assim, e avisei a vocês que seria assim. Então, não me encham o saco.

Poderia dizer que a falta de posts, é a culpa de uma mente estéril de idéias e inspiração. Mas isso seria uma mentira. Poderia, ainda, dizer que estou muito ocupado, estudando, trabalhando e namorando. Mas isso também seria mentira, pois eu só reclamo que não tenho tempo, no meu tempo vago. Ou então, dizer que nada de diferente acontece na minha vida, só que também seria uma mentira safada, já que convivo com pessoas bem, digamos assim, pitorescas. Mas a grande verdade, é que existe uma culpada por isso. É a Pri. A Preguiça. Sim, a boa e velha Preguiça. Chamo-a de Pri pelos anos de intimidade que temos, e notem que é escrita com a inicial maiúscula, pois trata-se, pelo menos na minha vida, de uma entidade, quase uma pessoa da família.

Em tese, a Preguiça é a pouca ou falta de disposição ou aversão ao trabalho, demora ou lentidão para fazer qualquer coisa. É o tédio ou a tristeza em relação aos bens interiores e espirituais. É um aborrecimento natural pelo trabalho no dia-a-dia, se o mesmo não tiver seu esforço recompensado. A origem da palavra vem do hebraico: atsêl, que pode ser traduzida por lentidão ou indolência. A preguiça é considerada pecado mortal ao se opor diretamente ao amor a Deus. (Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/preguica.htm)

Na minha vida, a Preguiça atinge níveis alarmantes para as pessoas normais. É algo quase espiritual. Eu não posso evitar. É mais forte do que eu. A Preguiça, inclusive, me afeta familiar e socialmente. Ela me impede de secar o banheiro depois do banho, de dar um destino diferente do chão para as roupas sujas, e ainda, arrumar a mesa depois de comer. Tudo isso faz com que as pessoas que moram comigo, sem motivo aparente, despejem gritos e maldições na minha direção. Não sei por quê.

Agora, então, com meus pais viajando sinto que alguma coisa anda errada. Sempre pensei que jogando a roupa suja no chão, no dia seguinte ela aparecia magicamente, lavada e passada dentro do guarda-roupas, e que as louças, por um processo semelhante, estariam sempre disponíveis no armário. Mas, minha irmã e minha namorada me tiraram desse conto de fadas, e me disseram que para as coisas ficarem limpas, alguém (presumo que eu, ahahaha) teria que limpa-las e olharam pra mim. Aí eu, com cara de espanto, conçando a barba com a mão direita, perguntei a elas, mas quem é que pode fazer isso pra gente, hein? Aí elas começaram a me bater e gritar simultanêamente. Mais uma vez, não entendi nada.

Tirando os aspectos braçais e o meio, sinto que a influência da Pri, não é apenas externa, mas interna também. Às vezes, na maioria delas, quando estou deitado no sofá, jiboiando, o telefone toca. A primeira coisa que me vem à mente é, não é pra mim, foda-se, e o aparelho toca, toca, toca até quase se auto-destruir, mas uma força maior me impede de levantar e acalmar o bichinho. Em outras situações, como caminhar até a geladeira, torna-se algo extremamente sofrível, e é preciso deixar que a fome se apodere de mim, ao ponto de fazer minhas tripas tremerem como se sofressem do mal de parkinson, para que eu consiga me libertar, momentaneamente, da Pri. É como se todo meu corpo conspirasse contra mim. Nos dias em que acordo bem-disposto, ao mesmo tempo, me sinto estranho, e me da medo. Isso não é o meu natural.

Enfim, a Pri e eu somos quase amantes. Certa vez, meu pai, na tentativa de me tirar da minha inércia rotineira, começou a falar coisas do tipo: "Já imaginou se Einstein, ou Bethoven, ou o Batman fossem preguiçosos, assim como vc?". Sei que ele esperava alguma resposta, mas nenhuma culpa acometeu a minha conciência, o que eu posso fazer?. Minha mãe um dia me disse carinhosamente, daquele jeito que só mãe fala com a gente: "Um dia tu ainda vai morrer de preguiça fidumaégua". Isso sim é algo sério, por que o que ela quis dizer foi "Se tu não levantar pra trabalhar e/ou estudar tu tá fodido". Mas, eu sei, que enquanto ainda existirem valores religiosos que proíbam os pais de matarem seus filhos, mesmo que preguiçosos, eu estarei a salvo.

terça-feira, julho 29, 2008

Why so serious?

Como todo nerd que se preza, sou fã incondicional de quadrinhos. Sempre fiquei ansioso à espera das adaptações dos meus heróis do papel para as telonas. Esse ano, foi, sem quase nenhuma dúvida, o ano mais nerd do cinema. Iron Man, de longe um dos meus heróis favoritos, recebeu uma super-mega-power produção, que conseguiu deixar até as incoerências com as hq's em segundo plano. Logo depois, saiu o novo Hulk, que recebeu um upgrade muito bem-vindo, e, que na nova adaptação, bem mais parecida com a hq, deu um novo significado à palavra violência. Mesmo assim, eu queria o novo Batman.

Sempre gostei do morcegão, mas desde Batman Begins, me tornei ainda mais fã do diretor Christopher Nolan, que conseguiu me mostrar um Batman bem mais próximo do que eu imaginava quando lia as hq's. Depois da adaptação de Nolan, os outros Batman's não passam de playboys travestidos.

Finalmente chega o dia da estréia. E com ela, não poderia deixar de existir,ela. A Fila. Não era uma fila qualquer, era uma indecente e interminável fila filha-da-puta. Tudo bem. Comecei a entoar cantos tibetanos para não perder o controle. Mas, não estava funcionando muito bem. Então, de repente, não mais que de repente, ouço gritos e palavrões até aquele momento desconhecidos para mim. Era um fã indignado, a ÚNICA cópia que tinha vindo para cidade era dublada. Corri em direção a confusão para ver mais de perto, era um amigo da faculdade. Ele esmurrava o vidro do guichê, enquanto babava de raiva e amaldiçoava até a 5ª geração da atendente. Também desanimei por ver que o filme era dublado. Peguei minha namorada e fomos embora antes que ele nos visse.

Esse final de semana, depois de muita resistência, sobre assistir ou não a cópia dublada de Batman - O cavaleiro das Trevas. Fui assistir assim mesmo, antes que eu começasse a arrancar as unhas com alicates enferrujados, ou fizesse algo nojento e desprezível, como baixar o filme da internet.

Analisando o filme como se eu fosse completamente surdo e perito em leitura labial, é sem dúvida, o melhor Batman já produzido de todos os tempos. Ou eu deveria dizer, é o melhor Coringa de todos os tempos? Certamente, Jack Nicholson, que se considerava o eterno coringa, tem motivos de sobra pra morder a própria testa. A primeira cena do filme já é genial, e nos dá um prévia do que podemos esperar do palhaço do capeta.

Apesar, de O Cavaleiro das trevas ser o Batman, ele não causa grande euforia. É o mesmo Batman do Begins, só que com alguns brinquedinhos a mais. Já o coringa não. O coringa dá medo. É um VERDADEIRO vilão, de dimensões jamais vistas, em qualquer outra adaptação de histórias em quadrinhos. O coringa é o que filme tem de mais excitante, e ao mesmo tempo, aterrorizante. Sem dúvidas, teria pesadelos, e inevitáveis mijadeiras noturnas se assistisse esse filme aos 12 anos, classificação indicativa do filme.

Diferentemente do coringa de Nicholson, que fazia palhaçadas, e era de fato engraçado. A interpretação de Ledger, não deixa espaços para gargalhadas, nem um simples riso no canto da boca. É um coringa tenso, doente, porém, genial que arranca suspiros de espanto e terror do público. Eu não me continha, tamanha a genialidade do Coringa, que com certeza apagou da história qualquer antecessor. Fiquei tão eufórico que algumas pessoas viravam pra mim com cara de espanto, outras mais próximas, mudaram de lugar, na certa com medo que eu pulasse em cima delas rindo e perguntando "Why so serious?".

Todo o contexto do filme é tenso e imprevisível. Consegue-se ver claramente, a simetria antagônica que existe entre Batman e o Coringa. Ambos obsecados por aquilo que fazem, e como fazem. Todas as interpretações estão surpreendentes, e até o comissário Gordon está dando show. Na verdade, só sabemos que o cavaleiro das trevas é o Batman, graças a série de Frank Miller, se não, todos alí seriam grandes cavaleiros negros.

Não vou dizer aqui que o duas-caras está melhor que o de Tommy Lee Jones. Está diferente, mas igualmente genial. Ainda mais depois de ser corrompido pelo palhaço do capeta. Decidindo o destino das pessoas com o jogar de sua moeda.

Acho difícil que haja uma continuação que chegue aos pés de O Cavaleiro das trevas. A lacuna que Ledger deixou, certamente, é irreparável. Talvez venham outros filmes trazendo um novo Pínguim, Mr. Freeze, Charada, mas parafraseando aqui O Coringa: "Gothan City merece vilões melhores."